Motociclista - confira essas dicas para escapar do Cerol.

As aulas escolares estão de volta, reduzindo o tempo livre da garotada para soltar pipas. Mas nem por isso os motociclistas podem relaxar nas precauções contra o cerol, a mistura de cola e vidro moído aplicada nas linhas dos “papagaios”. Apesar de proibidos por lei, esses materiais cortantes continuam amplamente utilizados durante o ano inteiro representando um enorme perigo, principalmente aos que andam de motocicleta.
Em contato com a pele, o cerol e seus assemelhados, como a “linha chilena” (versão ainda mais perigosa, que substitui o vidro por pó de alumínio), têm o mesmo poder cortante de uma navalha. Somando a dificuldade de fiscalização pelos órgãos públicos com o aumento acentuado da frota de motocicletas nos últimos anos, o resultado é que o número de acidentes com as linhas afiadas - muitos instantaneamente fatais – é cada vez maior. Mas a ameaça das linhas cortantes também se estende a pedestres, ciclistas, paraquedistas, praticantes de voo livre e até pássaros.
Mesmo não havendo estatísticas oficiais a respeito, estudos apontam que, entre os motociclistas, de cada dez lesões, oito atingem a região entre o pescoço e a face. Em sua maior parte, as mortes são causadas pela grande perda de sangue decorrente de cortes profundos nas artérias que passam por essa região.
Proteção custa pouco
Para evitar estes e outros riscos, o melhor a fazer é recorrer a dois acessórios disponíveis no mercado, ambos bastante acessíveis. O primeiro, mais comum e eficiente, é a antena anti-cerol, instalada no guidão, que retém e corta a linha antes que atinja os ocupantes da moto. Desde agosto do ano passado, a Resolução 356 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) tornou obrigatório o uso deste equipamento para quem trabalha com motofrete ou mototáxi. Na região da rua Barão de Limeira, no centro de São Paulo, o item pode ser encontrado por preços que vão de R$ 10 a R$ 80, dependendo do material e do acabamento; entretanto, os balconistas advertem que os modelos muito baratos, feitos de metal mais frágil, também podem ser cortados pelas tais “chilenas”.

 


A segunda opção é o protetor de pescoço, uma espécie de gola alta e avulsa feita de nylon ou de neoprene, cuja parte frontal possui, internamente, cordões de aço ou tiras de kevlar, que impedem o contato da linha com a pele; algumas variedades incluem a máscaras ou toucas para proteção do vento e da poeira. Nas lojas consultadas, o item sai por R$ 50 a R$ 68, dependendo do modelo.

De acordo com Geraldo Tite Simões, jornalista especializado em motociclismo e instrutor de pilotagem do curso SpeedMaster, as antenas são mais seguras porque evitam que a linha venha de encontro ao corpo do motociclista, mas algumas motos, como as superesportivas, não permitem sua instalação, por causa do desenho do guidão. Por outro lado, a proteção cervical é ineficiente se a moto não possuir a antena e a linha atingir a região abaixo do pescoço; daí a importância de se pilotar sempre usando jaqueta e luvas. Outra desvantagem, aponta Tite, é a sensação de calor que o acessório causa, o que é bom no inverno, mas pode ser ruim no verão; o desconforto pode ser amenizado com versões ventiladas do produto.
O instrutor recomenda que, sempre que possível, os dois equipamentos sejam utilizados conjuntamente. “Quando pego estradas potencialmente perigosas como a Fernão Dias e a Imigrantes, por exemplo, eu uso a antena e o protetor de pescoço ao mesmo tempo.”
Fique esperto
Segundo Tite, as áreas de maior risco se concentram no início e final das rodovias, bairros periféricos, e nos arredores de praças, parques e praias. Nesses locais, o motociclista deve ficar ainda mais atento, já que dificilmente é possível enxergar a linha com antecedência, pois ela se funde com a paisagem. No entanto, ao se deparar com essa situação, adverte ele, a última coisa a fazer é frear bruscamente, por causa do risco de colisão com os veículos que vêm atrás. Dessa forma, assim que avistar uma pipa no ar, se possível, o motociclista pode se proteger atrás de um ônibus ou caminhão, mas não muito próximo, para não ser surpreendido por uma freada brusca ou inalar a fumaça desses veículos. Quanto ao garupa, ele só precisa se manter alinhado com o piloto.




Fonte [IG Carros]

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